O verão está chegando, com ele o aquecimento do mercado imobiliário a partir da procura de imóveis para aluguel durante a temporada nas praias da região. Confinado durante um ano e meio em casa durante a pandemia, o campista busca aproveitar o período e já se movimenta para assegurar seu espaço nas praias de Grussaí, Atafona, Farol do São Thomé e Santa Clara. Casas em Grussaí, por exemplo, o aluguel da temporada por sair a até R$ 12.000. O mercado também está movimentado em Guarapari. Entretanto, há uma preocupação com a segurança, sobretudo no litoral de SJB, visto que muitos assaltos a mão armada foram registrados nos últimos meses. A polícia leva até duas horas para chegar ao local de uma ocorrência, dizem corretores
“Percebo um cenário bastante legal no mercado de locação nas praias, apesar do receio de alguns clientes com os últimos assaltos. As pessoas ficaram muito tempo num clima de tédio em casa, agora querem relaxar e aproveitar, recuperar o tempo perdido”, confirma o corretor Everton Silva Nogueira.
O corretor informa que o aluguel para a temporada de uma boa casa com piscina, três quartos e igual número de banheiros sai ao custo de R$ 12 mil em Grussaí, Atafona ou Chapéu de Sol. Mas um apartamento de dois quartos pode sair a R$ 8.000 ou R$ 10.000 na área central em Grussaí.
Em Guarapari, outro destino preferido pelos campistas, a demanda por locação é real. Segundo informa o corretor Elcimar Feydit, há imóveis para todos os gostos e custos, desde apartamentos de cobertura com quatro quartos a uma diária de R$ 600,00, como há quitinetes por R$ 160,00 a diária.
“As chuvas que tem caído nos últimos dias tem inibido a procura, mas vai fazer calor nos próximos dias e aumentar a intensidade da procura. Até porque no verão passado as pessoas ficaram represadas e sem sair de casa. Depois de um longo tempo reclusos em casa, muitos estão buscando um endereço que não seja sua própria casa neste verão”, comentou o corretor Manoel Leandro.
O crescimento do movimento de locação de imóveis depende dos investimentos do poder público nas praias, analisa Leandro. “A maioria dos clientes ainda prefere praias com um bom calendário de eventos onde ele possa se divertir”, afirma.
As mudanças de hábito impostas pela pandemia do novo coronavírus começaram a influenciar nas decisões de quem busca um novo lar. “Como as pessoas ficaram muito tempo em casa na pandemia, começaram a valorizar mais os imóveis, passaram a ter aquele olhar especial para suas residências na praia, onde há melhor qualidade de vida e resolveram ficar em definitivo. Por incrível que pareça, o setor sofreu menos que os outros”, admite a corretora Fátima Santos.
Os corretores como Joca Delbons, que atua preferencialmente em Atafona. também observaram o fenômeno após a pandemia.
“Muitos proprietários de casas que se isolaram na praia para se refugiar do Covid decidiram morar em definitivo no litoral, o que faz diminuir a oferta de casas para alugar na alta temporada”, constatou.
Joca, porém, não observa um aquecimento animador. “A essa época, há alguns anos, já tinha alugado muito mais, era só alegria. Não vejo esse movimento”.
FALTA DE SEGURANÇA - A falta de segurança nas praias em São João da Barra tem sido um fator que preocupa os corretores, assim como a lentidão da Polícia. “Diferente do que ocorre em Campos, quando há uma ocorrência em Grussaí e Atafona a Polícia demora até duas horas para chegar ao local da ocorrência até atender a vítima”, reclama Everton.
Os corretores garantem que não houve maiores variações de preços em comparação com o verão de 2019. Há chances de uma queda no preço para quem deixa para alugar em cima da hora, mas outros concordam que é conveniente assegurar logo sua casa ou apartamento ante o risco de ficar sem um bom imóvel até o fim do verão.